Tempo percorrido - em 4 anos

Uma carta de 25/06/2025

25 de junho de 2025 25 de junho de 2030
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Querida Gabriella,

Hoje é 25 de junho de 2025, e eu te escrevo para quando você estiver aí, em junho de 2030 — cinco anos depois. Cinco anos em que você viveu uma transformação que vai muito além do que eu posso imaginar agora, mas que eu já sinto pulsando forte dentro do meu coração.

Quero que você se lembre, antes de tudo, de cada passo que te trouxe até aqui: as noites acordadas traduzindo documentos, os ensaios infinitos para o IELTS, a ansiedade esperando as respostas das bolsas Eiffel, Idex, Erasmus — cada uma delas um degrau para sua liberdade. Lembra do frio na barriga antes do voo para Lisboa, o nervosismo misturado com expectativa para o curso do LAIOB? Aquela sensação de que você estava começando a viver de verdade? Pois é, isso foi só o começo.

Sei que houve momentos de dúvida profunda — aquela angústia quando parecia que o futuro estava incerto, as vezes em que sentiu falta do Brasil, dos seus rituais, das pessoas que te amam. Mas você nunca se deixou afundar. Você usou essa dor como combustível para criar, ensinar e se reinventar. E olha só onde você está agora.

Você não é mais a Gabriella que precisava provar algo para o mundo. Hoje, você já é reconhecida — não só pelos seus diplomas, mas pela sua autenticidade e pela maneira única como você traz a saúde mental para o centro da conversa no ambiente de trabalho. Você desenvolveu projetos que são referência na área, e já viu o impacto real das suas ideias em empresas e pessoas. Aquela palestra que parecia pequena, aquela pesquisa que quase não terminou, virou base para intervenções que mudam vidas.

E, pessoalmente, você construiu uma rede de conexões genuínas que te sustentam. Olha para os seus amigos de verdade, para as pessoas que cruzaram sua vida de forma inesperada e que se tornaram sua família escolhida no exterior. Você voltou a se encontrar com o Erick — aquele acordo que parecia um sonho distante lá em 2025, hoje é uma realidade, um companheirismo maduro, respeitoso, um amor que cresce junto com você, que entende seus limites e celebra suas conquistas.

Você aprendeu a dizer “não” com firmeza, a cuidar da sua energia, a respeitar seu tempo e seu corpo. Incorporou na sua rotina o que realmente importa: suas meditações diárias, seu caderno da gratidão, o Ho’oponopono que tantas vezes te acalmou. Também tem viajado — não só para trabalhar, mas para se conectar com o mundo, com a cultura, com o seu próprio espírito.

No campo acadêmico, você já é uma professora universitária respeitada, com artigos publicados em revistas internacionais, orientando alunos que te admiram. Talvez esteja concluindo seu pós-doutorado ou até iniciando um novo projeto que te desafia a pensar além, a inovar, a abrir novos caminhos.

Você não parou de sonhar, mas aprendeu a saborear cada pequena conquista, a celebrar o processo, a ser gentil consigo mesma nos dias difíceis. Você aprendeu que o sucesso não é linear, e que a verdadeira vitória é se manter fiel à sua essência.

Por fim, Gabriella, quero que você se olhe no espelho e reconheça o quão longe chegou — não só geograficamente, mas emocionalmente, espiritualmente, intelectualmente. Você é uma mulher que quebrou barreiras, que construiu pontes e que nunca deixou de ser humana, apesar da correria e dos desafios.

Se estiver cansada, abrace-se. Se estiver feliz, dance. Se estiver insegura, respire fundo. Você já é tudo aquilo que sempre quis ser.

Com todo o amor, admiração e orgulho do mundo,

Gabriella – versão junho de 2025

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