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Uma carta de 25/06/2025

25 de junho de 2025 25 de junho de 2027
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486 palavras

Querida Gabriella,

Hoje é 25 de junho de 2025. E agora que você está lendo isso — dois anos depois — eu quase não consigo imaginar tudo o que você já viveu. Mas mesmo sem saber os detalhes, eu sei de uma coisa: você chegou até aqui com muita coragem.

Você deve estar no segundo ano do seu mestrado, vivendo a vida que há dois anos era só um planejamento feito com fé. Talvez já esteja escrevendo sua dissertação, se preparando para aplicar para o doutorado, conectando tudo aquilo que sempre amou: saúde mental no trabalho, pesquisa, ensino, transformação real.

Talvez você já tenha apresentado seus primeiros trabalhos acadêmicos em eventos internacionais. Talvez tenha conhecido gente incrível, passado por momentos muito solitários também, chorado em metrôs ou bibliotecas, comemorado vitórias em cafés ou praças. Porque crescer longe é isso: um mix constante de beleza e vulnerabilidade. E você soube viver isso com dignidade.

Talvez você já esteja morando sozinha em Paris, ou em outra cidade francesa que te acolheu de um jeito inesperado. Talvez tenha finalmente conhecido a neve. Ou aprendido a cozinhar uma receita local. Ou conseguido se comunicar em francês com mais naturalidade. São essas pequenas conquistas invisíveis que vão formando a mulher forte que você é hoje.

Espero que esteja com o coração em paz. Que tenha descoberto que é possível morar fora sem se perder de si. Que mesmo nos dias difíceis, ainda encontre sentido no que escolheu viver. Que não tenha deixado seus rituais: sua meditação, seu caderno da gratidão, seus treinos, sua fé. Que ainda se lembre de onde veio. E de por que começou.

Talvez esteja sonhando com o Japão agora. Com o pós-doutorado. Com um novo país. Ou com uma pausa. Talvez esteja planejando a próxima viagem, a próxima publicação, ou só o descanso merecido depois de tanto.

Talvez já esteja com o processo de cidadania em andamento. Ou começando a construir uma base mais sólida aí, pensando em criar uma nova casa no mundo.

E se nada disso estiver acontecendo exatamente assim, tudo bem. Porque você ainda está aqui. E isso é o que importa.

Você construiu sua trajetória com verdade. Você fez isso sem apoio fácil, sem atalhos. Foi no esforço, na constância, no propósito. E por isso, tudo o que vier a partir de agora, será ainda mais significativo.

Continue sendo essa mulher ética, intuitiva, inquieta, sensível e firme. Continue acreditando que o mundo precisa do que você tem a oferecer. Continue construindo com afeto. E, acima de tudo, continue sendo fiel a você — mesmo quando tudo ao redor tentar te moldar ao contrário.

Você é o seu maior projeto. E também é sua maior conquista.

Com todo amor, orgulho e respeito,

Gabriella – versão junho de 2025

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