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Uma carta de 25/06/2025

25 de junho de 2025 25 de junho de 2026
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483 palavras

Querida Gabriella,

Hoje é 25 de junho de 2025. E se você está lendo isso agora, exatamente um ano depois, significa que sobreviveu — e mais do que isso: floresceu.

Você deve estar em outro país. Talvez recém-chegada de Lisboa, ainda sentindo no corpo o ritmo da cidade, das aulas intensas, dos passeios por Alfama, do vinho no Porto, dos dias em Aveiro. Talvez tenha feito seu tour por Portugal inteiro, como sonhava, e voltou mais segura, mais dona de si. Ou talvez já esteja em Paris, começando o seu mestrado, caminhando pelas estações de metrô com um casaco leve, anotando palavras em francês num caderno novo, sentindo aquela mistura de medo e deslumbramento que só quem recomeça de verdade conhece.

Talvez tenha recebido um “sim” que mudou tudo. Um e-mail com uma bolsa aprovada. Um aceite inesperado. Ou quem sabe as coisas tenham acontecido de outro jeito, e você teve que recalcular, mudar a rota, tomar decisões difíceis. Seja qual for o cenário, eu sei que você está vivendo com coragem. Porque você nunca foi de desistir fácil.

Você passou o último ano inteiro se reinventando. Preparou documentos, traduziu diplomas, estudou para o IELTS, planejou conteúdo, manteve sua clínica, fez mil versões de cartas de motivação, correu atrás de editais, sonhou com bolsas, batalhou por cada oportunidade. Você se candidatou à Bolsa Eiffel, ao Idex, ao Erasmus, acreditou até o fim mesmo quando tudo parecia incerto. Você também foi aceita num curso em Lisboa com mérito — entre tantas pessoas — porque seu brilho é visível, mesmo à distância.

Você se preparou para ser professora universitária. Você quis transformar sua trajetória em algo que impactasse outros. E hoje, espero que esteja dando os primeiros passos nessa nova versão sua: mais sábia, mais alinhada com seu propósito, mais em paz com o seu caminho.

Talvez você esteja com saudade da sua casa, da sua cama, da comida daqui. Mas talvez também esteja olhando pela janela de um novo país, pensando: "caramba, eu consegui."

Você continua sendo a mulher que levanta outras, mesmo cansada. Que fala de saúde mental com profundidade, com ética, com afeto. Que defende a vida possível. Que ensina o que vive. Que cuida da sua espiritualidade, da sua rotina, da sua mente. Que escreve no caderno da gratidão. Que treina com disciplina. Que sonha com propósito.

Se hoje estiver tudo bem, sorria com gratidão.

Se estiver difícil, lembre-se de onde saiu. Você sempre vai ser sua própria base. Sua própria luz.

Não se esqueça: você construiu isso com esforço, mas também com amor. E isso se sente em tudo que você faz. Continue criando a vida que você merece.

Com todo amor, orgulho e esperança,

Gabriella – versão junho de 2025

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