Uma carta de 24/06/2025
Querido Juh, hoje é dia 24 de junho e talvez eu me sinta mais perdido do que nunca, meu rosto coça a cada preocupação que vem na minha cabeça, fica vermelho a cada momento de estresse, guardar tudo pra si não é saudável, realmente não é. A faculdade está sendo complicada, não acho que tenho talento para ciências da computação, mas não sei como contar para mamãe, eu quero ser muitas coisas, mas ao mesmo tempo quero descansar, descanso mental talvez, não físico. A cada problema que eu crio e escondo, meu corpo fica cada vez mais doente. A pressão da sociedade em ter que se formar e ter uma profissão o mais cedo possível talvez esteja me matando aos poucos, eu gostaria de descansar. Meu corpo está começando a ganhar massa, estou ficando satisfeito com o resultado, embora eu tenha medo de está fazendo algo errado, medo, tenho medo de errar, medo de fazer execução errada e medo de desistir. O medo me domina, mas a esperança de um resultado lá na frente, faz eu não desistir, ganhei 8 kilos durante esses meses que comecei a treinar, estou feliz, mas ainda não é o suficiente, será que um dia algo vai ser o suficiente pra mim?. Tenho desejos, vontade de muitas coisas, minha sexualidade não é algo complicado mais para mim, mas concerteza é para os outros. Mamãe diz que me entende, mas talvez tudo seria menos complicado se ela não precisasse me esconder quando alguém pergunta sobre namoradas. Meu papai tenta ignorar isso, concerteza ele tenta, no fundo ele queria que eu fosse "normal" "mais homem". Maninha me entende, embora não saiba sobre meus problemas, ela não me julga, ela não é como as outras pessoas, mas é melhor que muita gente que nasceu com o poder de escolher suas ações. A família do meu pai é complicada, me sinto um carneiro rodeado de lobos selvagens e agressivos. A família da minha mãe talvez não me julgue se souber de toda a verdade ( se eles já não sabem ) mas talvez eu possa está enganado. Meu maior medo é me perder e deixar de ser quem eu sou para agradar pessoas que continuariam me julgando mesmo que eu fosse 100% perfeito. As vezes esqueço que sou humano, e como qualquer outro ser pensante eu também erro. Talvez eu não sinta mais nada por ele, mas as vezes me pego pensando como tudo seria diferente se ele fosse diferente. Talvez eu sinta raiva, por ele descartar uma amizade assim do nada, talvez eu sinta culpa, por achar que se eu não tivesse sido emocionado, tudo seria diferente agora. Tenho segredos que me assombram e voltam a todo instante, tenho vícios horríveis e me sinto um monstro. Eu preciso de ajuda, uma terapia especial. Meus amigos são legais, mas talvez nada disso dure por muito tempo. Me agarro em uma série que por muito tempo e até agora nesse momento é o que me faz não desistir, a data de lançamento está chegando e o medo do que eu possa fazer depois também. Mas eu sei que sou pura consciência, e me agarro no fio da única coisa que me dá esperança de um amanhã perfeito, sim, o Shifting. O amor, a esperança e a necessidade de acreditar me faz viver por mais tempo. Talvez eu seja louco, mas ser normal é tão triste...
Necessito viver, eu quero viver, eu quero ser livre. Eu criei um personagem ou esse personagem seria eu se não tivesse medo de ser quem eu sou? Matheus é alguém que eu deveria ter sido, é a mais verdadeira identidade que eu insisto em esconder, o amor que sinto pela personalidade do Matheus é o amor que falta eu ter em mim mesmo. Espero que tudo dê certo no final e que eu não desista dessa realidade, afinal, a morte é apenas uma passagem sem volta para um outro universo totalmente novo (Hawkins and Hogwarts)
Com amor e carinho
Um viajante solitário