Uma carta de 13/06/2025
Oi, Julia do futuro, aqui é o Antony do passado.
Contextualizando, hoje é 13 de junho de 2025, sexta-feira 13, frio para caramba porque o inverno chegou. Estou agora na cama com a capeta da gata na minha cama amassando pãozinho no meu cobertor, e praticamente só isso. Amanhã vamos nos ver e será quando trocaremos presentes de dia dos namorados pela segunda vez, nesse caso primeiro vez depois de sermos oficializados, será amanhã que te darei mais pelúcias que você tinha planejado um dia roubar depois que as viu quando fizemos chamada de vídeo comigo aqui na casa da minha mãe. Colocando ainda mais precisão cronológica, foi semana passada que saímos junto a seus pais para ir no Félix e comer churros no Embu.
Tirando toda essa retrospectiva futura do presente (frase nem um pouco confusa), hoje eu e você decidimos escrever cartas futuras de novo, mas agora cada um com o e-mail do outro, caso você ainda não se lembre (duvido, mas formalidade nunca é demais).
Não sei exatamente o que colocar aqui além de que te amo muito e não é um amor raso que com o tempo se desmaterializará; se puder lembrar de como era quando experimentamos o amor pela primeira vez ainda no Schunck, saiba que esse mesmo amor que senti por você há 6 anos, ainda existe na mesma intensidade, na mesma força, porque desde aquele momento eu já tinha convicção que era você, era você ou não seria mais ninguém. Claro, não sei como as coisas se desenrolaram nesses próximos 5 anos, sequer sei se estamos juntos ainda, mas a certeza que tenho é: se estou vivo, eu estou te amando ainda em sua plenitude; se estou morto, morri pensando em você e estou esperando pelo nosso reencontro no reino dos céus. Quando se tem certeza de algo, essa certeza não vai a lugar nenhum, e a única certeza que tenho, além da minha própria morte, é que você é a única mulher com quem quero passar a vida.
"Talvez o mundo não seja pequeno, nem seja a vida um fato consumado", eu sempre gostei particularmente desse trecho, não pela riqueza lírica ou a criatividade envolvida. Pelo contrário, eu sou o contrário do que está nesses versos. Meu mundo é pequeno, é conciso, sem exacerbações, não tenho porque explorar quando o maior tesouro que há nele é você, meu mundo se resume e se centra em você e você apenas. Da mesma forma, minha vida é sim um fato consumado, uma certeza, uma convicção, é objetiva: ela é mais sua do que minha, não sei se minhas palavras são suficientemente boas em enfatizar isso, mas minha vida só tem valor com você, literalmente. Não é absurdo dizer que se não fosse por você talvez eu nem estivesse mais vivo, foram (e ainda são) tantos episódios depressivos que passo, mas tantos mesmo, que creio que sem ter a motivação imaculada que é ter-te, não teria forças para me manter a salvo da minha própria mente. Eu não consigo ver sentido em viver sem ter você comigo.
Não é segredo, dependo de você para me sentir validado, sentir o menor dos afetos e das afirmações, receber apreço e acima de tudo, provar do amor. Literalmente sem você, não teria mais nada que presta, não teria nada positivo na minha vida para a dar valor, para fazê-la valer a pena viver.
Agora, se em 2030, quer qual for o motivo, não estejamos mais juntos, quero te dizer duas coisas:
1. Obrigado. Muito obrigado mesmo, por tanto que você me fez, por ter salvo minha vida tantas vezes sem sequer saber, sem sequer tentar. Você criou os melhores capítulos na minha experiência nessa Terra, e jamais conseguirei fazer a proeza de te esquecer ou de te superar, independentemente do que ocorra. Você é especial, especial de verdade, sei que você não se vê com os mesmos olhos quase obcecados que tenho, mas nunca que conseguiria encontrar alguém como você ou alguém minimamente capaz de substituir quem você é para mim e quem você é. É simplesmente impossível.
2. Desculpa. Posso não ter feito nada de te fazer surtar nos últimos meses, anos até (posso nem estar vivo quando estiver lendo, nunca se sabe), mas sei que já o fiz, que já errei e que por vezes fiz você duvidar do seu valor e duvidar se sou mesmo a pessoa certa ou a pessoa suficientemente boa para você. Pelas vezes que te machuquei, e pelas vezes que falhei e que hei de falhar ainda, peço perdão. Peço perdão, porque, afinal, nunca quis fazer mal algum para você, que me deu tudo, que me fez feliz de verdade. Desculpe se não atingi as suas expectativas, se não fui o suficiente, se errei mais vezes do que a sua tolerância permite ignorar, perdão.
Por fim, continue aproveitando a vida e se não for pedir demais, continue comigo (só se você quiser, é claro). Minha vida só se faz colorida com você para torná-la divertida, e nunca quero que ela perca a graça. Julia, muito obrigado por tudo, minha eterna namorada, melhor amiga, amor da minha vida, razão do meu viver, minha princesa e tantos outros apelidos que irei adorar conforme os anos. Espero que ontem tenhamos aproveitado bem o dia dos namorados e espero que você não tenho se arrependido de ter dado uma chance para o esquisito do corredor do Schunck, eu tentei o meu melhor para te dar o meu melhor.
Mais uma vez, obrigado por tudo. Deus te abençoe. Eu te amo.