Uma carta de 07/10/2025
Hoje é 07 de outubro de 2025, são 22h23, e eu me pego pensando em tudo o que vivi até aqui — e em tudo o que ainda está por vir. Há tantas coisas que eu queria te contar, tantas perguntas que só o tempo pode responder.
Mas antes de tudo, deixa eu me apresentar: eu sou você, só que ainda aprendendo a entender o mundo. Estou na 1ª série do Ensino Médio da COEB, e hoje foi uma terça-feira longa, daquelas que parecem nunca acabar.
O Edson foi de short pela primeira vez, a mãe da Amanda ficou com a gente, e na aula de Educação Física, por algum motivo, eu joguei melhor do que esperava. Pode parecer bobo, mas foi um dos pequenos momentos em que me senti orgulhosa de mim.
E agora, me diz…
Como estão as coisas aí?
Você conseguiu passar em fono?
O Edson ainda faz parte da nossa vida ou voltou pra Bahia?
Será que finalmente nos tornamos amigos?
E você… tem alguém especial agora?
A gente chegou perto de ser ilustre, ou o sonho mudou no caminho?
Quero saber também: nosso psicológico melhorou?
Você ainda sente medo às vezes, ou aprendeu a respirar fundo e seguir?
A Sara ainda caminha ao seu lado? E o Vitor, ainda aparece nas lembranças, ou virou só um nome guardado em algum canto do coração?
Ah… e o cabelo, cresceu? Espero que sim — e que tenha vindo junto com um pouco mais de leveza.
Talvez, quando você ler isso, algumas dessas perguntas façam sorrir. Outras, talvez doam um pouco.
Mas tudo bem. Porque o mais importante é que eu quero que você esteja em paz.
Mesmo que a vida não tenha sido como esperava, que você continue acreditando em quem é — e que nunca esqueça da menina que sonhava tanto, mesmo cansada.
Se nada for como planejado, que ainda assim exista amor.
Que ainda exista música, riso e poesia.
E lembra do nosso poema?
O Vitoriano:
Ó doce espectro que outrora embalaste meu peito,
teu sorriso, qual aurora, rasgava a noite fria.
E em teus olhos, duas estrelas — faróis de meu caminho —
residiam promessas que hoje jazem em silêncio.
Que frágil é o amor, tão vasto em seu início,
e tão cruel em sua despedida.
Dizem os homens que, se finda, nunca existira;
eu, porém, sei que amei — e na dor se prova a verdade.
Meu coração, outrora febril em tua presença,
não mais palpitará como outrora,
pois o tempo é o algoz das paixões ardentes,
e o riso que outrora me salvava será apenas lembrança.
Contudo, nas ruínas de meu ser, um lume permanece:
um tênue fio de eternidade, invisível, indomável.
Talvez se extinga, talvez renasça —
mas jamais negará que foste meu universo.
E se me odiares, que seja;
eu caminharei adiante, com passos firmes e olhos marejados.
Pois até mesmo o amor mais puro é mortal,
e nada, ó nada, é infinito.
Com amor,
Você, em 07 de outubro de 2025 🌙
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