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Uma carta de 06/10/2025

6 de outubro de 2025 6 de outubro de 2035
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Meu querido eu do futuro,

Jardim do Getsêmani


Na noite em que foi preso, Ele foi com os discípulos para o Jardim do Getsêmani. E ali, em Mateus 26:36-46 (também em Marcos 14 e Lucas 22), Ele se afastou um pouco para orar.


A Bíblia diz que Jesus estava “triste até a morte”. É uma expressão muito forte: não era apenas uma preocupação, mas um peso na alma tão grande que parecia esmagá-lo. Ele sabia o que viria — traição, humilhação, cruz — e essa consciência trouxe uma angústia profunda.


Então Ele se ajoelhou e orou:

“Pai, se possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como Tu queres.” (Mt 26:39)


Aqui está a beleza e a dor desse momento: Jesus não disfarça seu sofrimento. Ele pede, com lágrimas, que o Pai alivie aquele peso. Lucas conta que Ele suou gotas de sangue, tamanha era a tensão. Mas, ao mesmo tempo, Ele se abandona à vontade do Pai: “Não seja a minha vontade, mas a Tua.”


E veja: os discípulos, que eram seu círculo mais íntimo, estavam tão cansados que dormiam, quando Ele mais precisava de companhia. Jesus experimenta ali o abandono humano — a solidão, a falta de apoio — mas não se fecha. Ele continua a falar com o Pai, a confiar.


Ou seja: o Getsêmani mostra que Jesus sabe o que é sentir o peso da vida até o limite, sabe o que é orar pedindo alívio, sabe o que é sentir-se só. Mas também nos mostra que a fé não é ausência de dor, e sim permanecer confiando mesmo em meio à dor.


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Oração no Getsêmani da alma


Pai amado,

a minha alma hoje está cansada, pesada, como se cada passo custasse mais do que posso dar.

Eu sinto o coração exausto, como se faltasse força até para rezar.

E ainda assim eu me coloco diante de Ti, porque sei que foi assim também com Teu Filho no Getsêmani.


Senhor, eu Te apresento o meu cálice — esse peso, essa angústia, essa solidão que às vezes parece me cercar.

Se possível, alivia, Pai. Dá-me descanso, renova-me por dentro.

Mas, sobretudo, dá-me coragem de confiar que o Teu querer é maior que o meu medo.


Jesus, Tu que oraste com lágrimas, que conheceste a sensação de abandono, caminha comigo agora.

Senta-te ao meu lado no jardim escuro em que me encontro, e lembra-me de que a dor não é o fim, mas a passagem para a vida.


Que eu não me feche no desânimo, mas permaneça no amor.

Que eu não fuja da cruz que me cabe, mas encontre nela a esperança da ressurreição.

E que, mesmo fraca, eu possa repetir com confiança:

“Não a minha vontade, mas a Tua.”


Amém.

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