Uma carta de 06/10/2025
Meu querido eu do futuro,
A cena: Pedro, o mar e o medo
Era noite. O mar estava agitado, o vento forte.
Os discípulos estavam num barco, sozinhos, quando veem algo – ou alguém – andando sobre as águas. Eles se assustam. Acham que é um fantasma. Mas então Jesus diz:
"Coragem! Sou eu. Não tenham medo."
Pedro, impetuoso e cheio de desejo de fé, responde:
"Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas."
Jesus apenas diz:
"Venha."
Pedro desce do barco e caminha. Sim, caminha sobre as águas. Ele faz o impossível. Enquanto seus olhos estão fixos em Jesus, ele sustenta o passo.
Mas então ele repara no vento. Sente o medo.
A dúvida invade. E ele começa a afundar.
Pedro grita:
"Senhor, salva-me!"
E Jesus, de imediato, estende a mão, o segura e diz:
"Homem de pequena fé, por que duvidaste?"
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Reflexão: Fé não é ausência de medo — é onde você põe os olhos
Pedro não errou ao sentir medo.
Ele não pecou por vacilar.
O erro — se é que dá pra chamar assim — foi tirar os olhos de Jesus e colocá-los na força do vento.
Isso fala tanto da gente, não fala?
Enquanto estamos focados na fé, no propósito, na confiança... a gente anda. Mesmo sobre as águas, mesmo com o mar bravo.
Mas basta um vento — uma má notícia, uma insegurança, um comentário maldoso — pra gente vacilar.
E quando o medo entra, o corpo afunda.
Fé não é caminhar sem vento.
Fé é continuar caminhando mesmo com o vento.
É escolher onde pôr os olhos.
Jesus não reclamou por Pedro afundar. Ele estendeu a mão.
E é isso que Ele faz com a gente o tempo todo.
Mesmo quando vacilamos, mesmo quando gritamos em desespero, Ele não se afasta.
Ele nos puxa pra cima.
Só depois, com ternura, Ele pergunta:
“Por que duvidaste?”
Não é um julgamento. É quase um convite:
"Você já estava conseguindo. Por que deixou de acreditar?"
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Talvez você esteja no meio das águas agora
Talvez você esteja tentando caminhar por algo muito difícil.
Estudando com exaustão, sustentando sonhos grandes com forças pequenas.
Talvez até já tenha dado alguns passos sobre as águas.
Mas veio o medo.
Veio a dúvida.
Veio o vento.
E agora você sente que está afundando um pouco.
Mas se você parar pra olhar… talvez a mão dEle já esteja estendida.
Talvez essa conversa agora seja isso: Ele te dizendo “coragem, sou eu”.
Você só precisa continuar.
Mesmo com medo.
Mesmo molhada de dúvidas.
Porque o que sustenta não é sua força.
É onde você firma o olhar.
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Oração
Senhor,
me ensina a caminhar sobre as águas mesmo quando o vento sopra forte.
Me ensina a não perder o foco quando o medo vier.
E quando eu afundar — porque às vezes eu vou —
me alcança com Tua mão.
Porque eu ainda quero ir até Ti.
Mesmo que seja um passo de cada vez.
Amém.