Tempo percorrido - em 4 meses

Uma carta de 19/05/2025

19 de maio de 2025 19 de novembro de 2025
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Querido futuro eu, recebi a minha segunda carta escrita a ''seis'' meses atrás no dia 26 de abril, o que significa que nesse momento é a quase sete meses atrás. Estava esperando chegar perto do meu aniversário para escrever a próxima carta porque sentia que seria mais simbólico e também porque eu estava um pouco decepcionada em ver em qual local me encontrava nesse momento comparado ao local aonde me encontrava a seis/sete meses atrás. 

Na carta eu falava sobre o que estava vivendo naquele momento, algo do tipo: estar fazendo terapia, inglesh, estar conseguindo economizar e investir em coisas que queria, ter ''superado'' o término da relação amorosa que tive com o Mariano, estar mais envolvida com a fotografia e pessoas do meio, escrevi sobre estar triste com o quadro da mãe e com a relação péssima que eu e o Mariano tinha no ambiente do trabalho, escrevi sobre a minha relação com a Nic está mais próxima e de eu estar saindo com o Matheus e por final escrevi que meu único desejo era que eu tivesse força para passar pelo o que estava vindo nos próximos meses e que eu, a mãe e a Joice estivéssemos mais unidas. 

Quando eu li a carta eu fiquei decepcionada a e triste, ao mesmo tempo que compreendi que apesar de eu não ter conseguido manter o que tinha ''antes''e meus desejos não terem se concretizado, de alguma forma eu me sentia um pouquinho mais leve do que estava a seis/sete meses atrás. 

No fim, eu pedi as contas do Botânico porque não estava dando conta de lidar com a questão da minha mãe, mais as questões emocionais e psicológicas que as atitudes do Mariano me calçavam. Consegui fazer acordo com o Everton e solicitar o seguro. Acabei voltando ficar com o Mariano na última semana que estava cumprindo meu aviso no Botânico, (sinceramente, até hoje ''não sei'' porque fiz isso). No começo foi de boas, não estávamos se vendo direto e eu me sentia desapegada dele e da gente, depois que ele teve uma conversa comigo por estar com ciúmes do Arthur, as coisas mudaram um pouco mais, começamos se ver mais e quando ele decidiu que ia se mudar para Porto Alegre para ficar perto do Benja, ai passamos a se ver bem mais e também a viver mais conflitos, na última semana antes da viagem ele ficou hospedado na minha casa, foi bom e horrível, durante os dias foi tranquilo até, mas no último dia dele tivemos um desentendimento horrível e eu nunca me senti tão desconfortável dentro da minha própria casa (nessa do Rio Tavares). Os dias que sucederam a viagem dele foi ótimos, me senti bem, feliz, animada e livre. Foi uma sensação quase que surpresa, eu sabia que ficaria bem quando ele fosse embora, só não achei que seria tão rápido. Ele saiu de Floripa no dia 21 de abril e chegou em Porto Alegre no sábado, faz quase um mês. Não vou ser hipocrita, tivemos bons momentos sim nesse último reencontro. Fomos a praia mais vezes, convivi com ele e o Benja no Carnaval, saímos com amigos nossos, ele me ajudou na escolha da minha bike, pedalamos, rimos, assistimos séries e conversamos. Mas, eu estava diferente no sentir, já não sentia aquele tesão e admiração. E também tivemos conflitos nesse tempo, especialmente nas últimas semanas dele, que me trouxe só mais clareza que não queria manter essa relação como estava, nem mesmo como amigos próximos, na verdade estou feliz em sermos amigos distantes e quem sabe no futuro dois ''desconhecidos''. Não desmereço o que vivemos ou as coisas boas que ele me proporcionou, só quero de alguma forma confiar mais no meu sentir/querer e seguir me escolhendo. Aprender a de fato se distanciar e dizer não quando eu já tenho as respostas que procuro. 

Também acabei não conseguindo dar continuidade a terapia com constância, por questões financeira. Estou retornando agora a cada quinze dias, depois de um mês e meio sem fazer. E infelizmente tive que parar com o Inglesh. Também percebi que não queria criar um laço muito constante com a Nic. Ela voltou dos EUA, e eu a hospedei aqui em casa, eu adoro ela, de verdade, mas infelizmente ela é uma pessoa com um padrão fortíssimo de reclamação, ela reclama de tudo ou quase tudo e sinceramente, nesse momento da minha vida não é estar perto de pessoas com esse padrão. Desejo de verdade que a gente possa se reencontrar em um futuro não muito distante e ela esteja melhor, por ela mesmo. 

No fim eu vi que não consegui manter as coisas que me faziam bem como eu idealizei, mas também compreendi que está tudo bem que isso tenha ocorrido e que se eu e Deus quiser, isso será só mais uma fase. 

Eu e o Arthur se aproximamos bastante durante um tempo, estávamos pedalando juntos, falando sobre alguns projetos, saindo, se divertido. Agora não estamos mais tão próximos, mas sinto que guardamos um carinho especial um pelo outro, ou pelo menos eu guardo em relação a ele. Gosto dele e da bondade que ele tem. Desejo que ele encontre o caminho que o faça cada vez mais feliz e realizado. 

Agora, olhando meus stories de Outubro até aqui, vou fazer uma retrospectiva desses últimos quase sete meses.

Eu tive a oportunidade de abraçar o Emecida e tirar uma foto com ele. Fotografei a revelação do sexo do baby da Bella e do Jnr na praia da Joaquina e descobrimos que é uma menina, fotografei o chá de bb dela, e o final da gestação dela na praia Mole e em Canasjure, foi muito muito especial fazer parte desse momento dessa forma, poder proporcionar essas lembranças para eles. 

Me permiti fotografar coisas diferentes, como esportes, yoga, aulas de dança, aulas de exercício fisico, eventos de ''feiras''... Usando a plataforma da Banlek. Nenhum desses trabalhos me pagaram mais de duzentos reais, mas foi bom conhecer novas pessoas e fazer futuros contatos para trabalhos. 

Fotografei em um estudio em Curitiba que era a coisa mais fofa!

Ganhei uma despedida ''surpresa'' no Botânico e foi muito especial. 

A mãe montou a árvore de Natal aqui em casa e depois eu também devolvi a árvore para ela. 

Cuidei da mãe por três meses aqui em casa e foi muito desafiador, fiquei muito feliz com a evolução dela, ao mesmo tempo que senti que estava me adoecendo.

Fotografei uma vivência que o Matteo deu em Curitiba para pessoas trans. Fiz um trabalho de apoio de produção para o Encontro de Tradições em Piraquara, PR e foi incrível, cansativo e incrível! Fiquei hospedada na casa da Tu e também consegui ver a Cel e a Fe antes de eu voltar para Floripa. 

Sai para dançar mais nesses últimos sete meses do que sai nesse ultimo um ano.

Comprei a minha bike, que dei o nome de Cloe. rs 

E me descobri no pedal de uma forma que eu nunca imaginaria e provavelmente nem saiba ainda de fato tudo que vou viver nessa nova fase em relação ao ciclismo. 

Fui no show do Natiruts com a Nati e a gente se aproximou mais nesses últimos meses. 

O primeiro ensaio do ano foi da minha irmã, eu amei viver essa experiencia por mais esquisita que estivesse a nossa relação. 

Tentei fazer a volta Ilha de pedal, mas infelizmente machuquei o joelho e não consegui finalizar faltando apenas 30km. 

Caí em um golpe final de janeiro, na compra de um Mac e isso mexeu completamente comigo. Sinto inclusive que foi ali pra frente que eu tive uma super queda nas realizações dos meus objetivos. Mas, recebi muito apoio e acolhimento das pessoas. 

O Neto e a Re vieram para Floripa e foi muito bom recebe-los. 

Eu pulei Carnaval praticamente todos os dias e foi muito bom, inclusive no primeiro dia eu e o Andre ficamos, mas só demos uns dois beijos, mas foi gostoso. 

Fiz um trabalho de fotografia de backstage para um curto da EYB, foi GRATIFICANTE ainda que eu não tenha recebido financeiramente. 

Conheci o Mariano, um ciclista viajante que a Carol estava ficando enquanto ele estava passando uns dias aqui em Floripa. E acompanho sempre os conteúdos de viagem dele. E também comecei acompanhar os conteúdos do Gabriel ( @artespravida ), confesso que ele é a pessoa que mais me inspira nas redes em relação a ciclo viagens.

Também comecei me expressar mais na internet e tenho assumido que gosto. 

Investi em um celular muitooo bom, para criação de conteúdo e filmagem, não me arrependo nem por um momento. 

Fiz uma despedida para o Mariano aqui em casa e foi um sucesso, consegui unir varias pessoas e ele ficou muito emocionado. Sensação de missão comprida. 

Ganhei um macacão de ciclista do Mariano, esse momento foi MUITO especial e simbólico. 

Esse foi o dia das mães mais esquisito que já tivemos, mas faz parte...

E pra finalizar a retrospectiva, eu entrei na banheira de gelo duas vezes em menos de um mês, na primeira ficamos 2min e na segunda ficamos 6m, que era o tempo que os condutores estipulavam. Foi uma experiencia incrível, já queria vivenciar isso a tempos.


Fiz essa retrospectiva como lembrete que não importa quantas coisas não saíram dentro do meu planejamento, ainda assim eu vivi coisas incríveis e segui... não desisti de mim mesma.


Domingo agora eu fiz 30 anos, mas comecei a comemorar no sábado. 

Combinei com alguns amigos de irmos no Choro Xadrez, foi muito bom. Depois quem ficou até o final, fomos comer um lanche e fui para casa. No dia oficial, no domingo, a Aninha me buscou as 6h da manhã aqui em casa para irmos ver o Sol nascer, eu escolhi o Campeche, porque sentia que tinha mais a ver com o meu momento. Ficamos das 6h as 9h lá e foi muito gostoso. Chegando em casa eu organizei minimamente algumas coisas, atendi a ligação do Mariano com o Benja cantando parabéns pra mim e apos fui tirar um cochilo de 3hrs hahaha. Afinal, no dia anterior eu tinha começado a trabalhar as 6h da manhã e parado só as 19h30 e fui direto para a comemoração. Depois acordei, recebi a ligação do Matteo, ficamos um bom tempo na chamada e então fui me arrumar para encontrar a Nati, fomos no TioGethers e foi uma noite muito gostosa com ela, apesar de acabar cedo porque o Lucas passou mal. 

Ontem foi um dia muito simbólico, senti uma energia muita intensa de transição de quem eu era para quem eu estou me tornando, eu estava muito animada para fazer 30 anos desde os meus 28 anos, como se eu soubesse que os 30 realmente será um marco na minha vida. 

Nesses últimos meses muitas coisas mudou internamente e também novos desejos se despertaram, um deles é sobre a minha viagem para a Europa em busca do meu pai biológico. Descobri e decidi que quero fazer metade dessa viagem de bike lá na Europa, de Portugal até a Espanha e depois segui sem a bike para a Italia para eu ganhar tempo. 

Nunca na vida eu imaginei que teria vontade de fazer isso e sinceramente isso é uma das poucas coisas que realmente me faz ficar entusiasmada nesse momento. Eu acompanhei todos os stories de destaque do Gabriel e me incentivou muito ver como foi o processo dele, como ele começou, o tanto que ele concretizou e como ele está agora, a mudança de quando ele começou para agora é nítida e é linda de acompanhar, mesmo que virtualmente. É inspirador. 

Começou a surgir um monte de perfil de pessoas nômades e tenho até alguns conhecidos que vivem assim, talvez o fato de estar consumido mais esses conteúdos no momento, esteja me inclinando para esse estilo de vida ou talvez no momento só está mais latente algo que sinto vontade de fazer desde os meus 16/17 anos. 

Eu tenho até outubro para realizar a minha viagem para a Europa e gostaria de ir antes até, mas não estou tendo uma boa perspectiva financeira, desde que acabou o seguro tem sido desafiador até mesmo pagar o aluguel, quem dirá pagar a reserva da viagem. Mas, tenho alguns planos em mente que espero colocar em prática nessa próxima semana. 

Apesar da vida estar meio ''fora''de ordem, eu estou feliz pela vida que tive nesses últimos dois anos e meio, desde que me mudei aqui para o Rio Tavares, eu cresci muito e amadureci. Consegui conquistar um estilo de vida muito melhor do que eu tinha e espero conseguir cada vez mais. Eu também consigo reconhecer o quanto eu mereço ser amada e o quanto eu estou pronta para uma relação construtiva, leve e saudável com alguém. 

Eu voltei a fazer as escritas matinais e listar minhas bençãos/gratidões e também passei a frequentar os encontros Milagres com a Sol, nas quintas-feiras. (Não vou em todas as quintas, mas espero criar mais constância sobre ir nos encontros enquanto eu estiver aqui em Floripa). 

Bom, eu estou bem animada pelos próximos seis meses e se eu consegui fazer a viagem dentro desse tempo, tenho certeza que muita coisa terá mudado na minha vida rs. Estou com um pouco de medo, naturalmente, mas também estou animada. 

Decidi que vou iniciar a próxima carta de seis meses em março, pra criar uma distancia da carta seis meses para a carta de um ano e não ficarem tão repetitivas. Também vou fazer as cartas de um ano no meu aniversário, pelo menos vou tentar e outra no Natal (pra manter a tradição do Natal e fim de ano rs). E hoje eu ainda gostaria de escrever a carta para daqui 10 anos, já que vou estar entrando em outra década. 

Vamos ver se vou mesmo conseguir mudar as ordens das cartas rs (já que já comecei de uma forma diferente no ano passado né rs) 


Para os próximos seis meses, eu desejo que eu esteja vivendo com mais propósito, que eu esteja fazendo coisas que me façam feliz, que eu esteja conhecendo pessoas incríveis que fazem parte da minha evolução, que eu esteja quem sabe ainda viajando, mas que se eu não estiver que ao menos eu tenha conseguido concretizar o meu desejo de viajar de bike na Europa, e que eu finalmente tenha encontrado as respostas que estou indo buscar em relação ao meu pai biológico. 

Não idealizo estar me relacionando e envolvida com alguém, mas se eu estiver que seja alguém bom, dentro de uma relação animadora, incentivadora e saudável. Desejo que minha mae esteja melhor do que está agora, que de alguma forma ela encontre as portas para sair desse lugar que ela mesmo se colocou e que a minha irmã esteja bem, mais feliz, mais realizada e pintando. Desejo que eu esteja aberta as novas oportunidades e aventuras que surgir e que eu esteja cada vez mais estável financeiramente, independente de estar vivendo uma vida enraizada em um lugar ou nômade. Desejo pedalar muito, fotografar muito e dançar muitooo. Que eu encontre um bom cuidador temporário para o Ariel no tempo que eu ficar viajando, aonde ele seja amado e feliz. Desejo segui com a terapia e segui adentrando na espiritualidade, independente da aonde eu esteja. 


Até logo, Dinah

 

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