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Uma carta de 08/09/2025

8 de setembro de 2025 15 de novembro de 2025
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245 palavras

Meu querido eu do futuro , Ainda é cedo, amor

Mal começaste a conhecer a vida

Já anuncias a hora de partida

Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Presta atenção, querida

Embora eu saiba que estás resolvida

Em cada esquina cai um pouco tua vida

Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor

Preste atenção, o mundo é um moinho

Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho

Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida

De cada amor, tu herdarás só o cinismo

Quando notares, estás à beira do abismo

Abismo que cavaste com teus pés

(atualização):Ano 1 a 18


Sou semente de passarinho,

que ao cair nasce na beira do chão.

Cresce, se alonga, transforma,

uma grande metamorfose em expansão.


Ontem fui frágil, inocente,

o sorriso puro da criança sorridente.

Hoje já não me reconheço,

carrego o peso de um desejo antigo,

que antes era simples,

e agora é preciso.


Ah! Como contei os dedos,

esperando o dia chegar,

o anúncio da partida,

o início da vida a despontar.


E no futuro eu descubro:

meu pecado mais profundo

foi amar demais o mesmo sonho,

foi acreditar em mil maravilhas

que, no fundo, eram colinas

com altos e baixos sem fim.


Mas sigo:

sou juiz com a razão,

sou braços que moldam a obra.

E me comove perceber

que fui tão depressa —

forçando o tempo

a correr mais rápido do que devia.


quero que lembre disso.

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